Webinário traz experiência argentina e discute perspectivas e desafios para a política de memória e verdade

16 de novembro de 2020 - 09:27 # # #

Ascom SPS

É preciso resistir à política do esquecimento. E para isto, precisamos lembrar e falar do nosso passado para que jamais se repita. Paulo Abrão, jurista e ex-secretário executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), e Alejandra Naftal, diretora do museu de memória de Buenos Aires (Esma) debatem na próxima terça-feira, 17 de novembro, sobre as perspectivas e os desafios para a política de memória e verdade na América Latina e no Caribe. O webinário realizado pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e Universidade Regional do Cariri (Urca) também vai abordar a candidatura do Esma a patrimônio mundial da Unesco. A palestra será transmitida às 16h, pelo canal da Urca no YouTube. Acesse pelo link: https://bit.ly/3kpKlYb

A formação, que iniciou no mês de agosto e encerra no final deste mês de novembro, é um projeto de extensão do Programa Estadual de Memória e Verdade da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas dos Direitos Humanos da SPS.

A titular da SPS, Socorro França, destaca que os encontros virtuais realizados dentro do webinário deram conta de muitos temas relacionados à memória e verdade e que, sem dúvida, tem contribuído para que o público conheça e reflita sobre questões do passado que têm implicação no futuro do País. “É fundamental que as pessoas conheçam a história do País e tenham uma visão crítica sobre ela. Isso é exercício e defesa da nossa democracia”, pontua.

Para a educadora e relações institucionais da Coordenadoria de Direitos Humanos da SPS, Lúcia Alencar, esta será mais uma oportunidade de aprender com pessoas que atuam diretamente em espaços de memória e lutam todos os dias para que esses locais e histórias não caiam no esquecimento.

“Ao todo, nós organizamos nove encontros virtuais que vêm acontecendo no sentido de proporcionar conhecimento e aprofundamento sobre processos de Justiça de Transição. Nas palestras que estamos disponibilizando para o nosso público, seguimos a linha histórica das políticas de memória no Ceará, Brasil, América Latina e Caribe”, ressalta Lúcia Alencar, ela também observa que esta aula será aberta para todos que tenham interesse em aprender um pouco mais sobre nosso passado e a importância dos lugares de memória enquanto espaços que guardam histórias e fortalecem a democracia.

Palestrantes

Doutor em direito, Paulo Abrão vai compartilhar sua experiência nestes 25 anos de atuação na defesa dos direitos humanos e da justiça no Brasil. Ex-secretário executivo da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (OEA), Paulo já ocupou o cargo de Presidente da Comissão de Anistia (2007-2016) e foi Secretário Nacional de Justiça (2011-2016).

Já Alejandra Naftal é diretora executiva do Museu Sitio de Memória (ESMA), ex-centro clandestino de Detenção, Tortura e Extermino que poderá se tornar, em breve, patrimônio imaterial da humanidade. O Esma foi o primeiro espaço na América e Caribe a tratar da questão de Memória e hoje é um símbolo da resistência das mais de cinco mil pessoas que morreram e foram presos e torturados no local. Durante o período da ditadura militar na Argentina, que durou entre 1976 e 1983, o local se tornou um dos principais centros clandestinos contra a vida de presos políticos.