Negros na Segurança Pública: Conheça a história do servidor da Supesp responsável pela análise de dados da SSPDS

22 de novembro de 2021 - 10:13 # # # #

Ascom SSPDS

Em meio aos obstáculos de um processo histórico que excluiu, ao longo dos anos, pessoas negras da participação em decisões importantes e ocupação em espaços de poder, um servidor da segurança pública é um dos profissionais que se destaca no Ceará. Em alusão ao Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apresenta a história de Franklin Torres, gerente da Gerência de Estatística e Geoprocessamento (Geesp), setor responsável pela análise de dados e ações estratégicas.

O servidor, que cresceu na periferia e sempre estudou em escolas públicas, hoje ocupa o cargo de gerente da Geesp. O setor, integrado à Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), órgão vinculado à SSPDS, é responsável pela realização de estudos, pesquisas, projetos estratégicos e análise de dados criminais no Ceará.

Franklin Torres acumula ainda passagens pela Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag) e estágio no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Com o propósito de ressaltar a importância da data, ele destacou a importância do trabalho que exerce e a ocupação de pessoas negras cargos de gestão.

“Cheguei na SSPDS como estatístico, para participar da implementação do setor de estatística, que até então, não existia. Começamos a estudar, desenvolver tecnologias e estruturar o departamento. O nosso trabalho exige profissionalismo, responsabilidade, confiança e ética, pois tudo isso é importante para as tomadas de decisões. Me sinto feliz em exercer um cargo tão importante”, frisou ele.

Apesar da trajetória de sucesso, o gerente da Geesp reconhece que as oportunidades não são iguais para todos no país e elogia a adoção de cotas em concursos públicos, como a lei estadual que garante 20% das vagas em certames para pessoas negras. “Em alguns locais como em voos de avião, por exemplo, se não sou o único negro, sou um dos poucos. É nítido. Embora existam pessoas críticas ao sistema de cotas, é uma ferramenta necessária para garantir que os negros tenham condições de ocupar os espaços e cheguem a cargos de gestão”, reflete Franklin Torres.

Referência

Dentro da instituição, Franklin reconhece que o caminho trilhado para ocupar seu cargo foi resultado de muito esforço pessoal e apoio familiar. Ele acredita ainda que seu trabalho é porta de entrada para que as próximas gerações possam ter menos entraves para ascensão profissional e pessoal. “Uma pessoa negra, em um cargo de gestão, pode ter mais empatia por outros colegas de trabalho negros, por compreender esse processo de desigualdade fruto de um racismo estrutural histórico enraizado na sociedade”, concluiu o gerente.