Ricardo Cavalcante recebe homenagem pelas contribuições à sociedade cearense

23 de março de 2022 - 16:39 # #

Larissa Falcão - Ascom Casa Civil Texto
Eduardo Abreu Fotos

Presidente da Fiec é um dos nove agraciados com a Medalha da Abolição 2020-2022

Trabalhar incansavelmente para criar oportunidades e valorizar o capital humano. É assim que o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), José Ricardo Montenegro Cavalcante, define sua motivação diária. A atuação do empresário cearense é destaque em projetos e iniciativas que estão fortalecendo o desenvolvimento econômico do Ceará.

“Gosto muito de trabalhar. Eu me preocupo em cuidar não só da minha família e dos meus negócios, mas também em cuidar das pessoas da Fiec. Hoje, nós temos 14.500 indústrias e mais de 400 mil colaboradores que vivem e participam do Sistema Fiec. Minha preocupação é sempre fazer o melhor. Quando a gente trabalha de coração aberto, as coisas acontecem”, destaca Ricardo Cavalcante.

Nascido em 9 de novembro de 1961, na Capital cearense, Ricardo Cavalcante cursou Ciências Econômicas na Universidade Federal do Ceará (UFC) e se formou em Gestão Financeira no Centro Universitário Farias Brito. Industrial há 34 anos, o gestor, além de consolidar sua trajetória no setor de extração mineral de areia industrial, também é reconhecido como uma importante liderança classista no âmbito regional e nacional. Desde 2019 à frente da Fiec, ele tem defendido a diminuição das desigualdades regionais por meio de uma Indústria fortalecida.

Ricardo Cavalcante, que também desempenhou um papel fundamental no enfrentamento à pandemia da covid-19, é um dos nove homenageados com a Medalha da Abolição 2020-2022. A comenda, instituída em 1963, é concedida pelo Governo do Ceará em reconhecimento ao trabalho relevante de brasileiros para o Ceará ou para o Brasil. A solenidade de entrega será realizada no próximo 25 de março, dia em que os cearenses lembram a Data Magna do Ceará. O Estado foi pioneiro ao garantir em quatro anos antes do restante do Brasil, em 25 de março de 1884, a liberdade dos negros que aqui foram escravizados.

A notícia da homenagem foi recebida com emoção. “Eu me emocionei, primeiro, pela responsabilidade, pelo valor dessa medalha. Dia 25 foi quando a abolição foi iniciada aqui no estado, então, é uma medalha disruptiva. E, ao mesmo tempo, saber que o trabalho que a nossa diretoria e toda a Fiec está fazendo surtiu efeito. Porque a gente fez, primeiro, pensando nas vidas; segundo, com amor; e terceiro, com muita responsabilidade. No momento tão difícil que a gente está passando, nesse pós-pandemia, eu fico muito feliz do meu nome ter sido lembrado. Eu fico muito feliz e aumenta a minha responsabilidade”, agradece.

Liderando com diálogo

Ainda muito jovem, Ricardo Cavalcante compreendeu a força que o diálogo tem para sua atividade profissional. Em 1993, ele foi eleito o primeiro presidente do Sindicato das Indústrias de Extração e Beneficiamento de Rochas para Britagem do Ceará (Sindibrita). “Eu entrei na federação aos 29 anos de idade. O que mais me encantou na Fiec nesse período foi a força que o associativismo dá às empresas. Quando a gente entrou na Federação, compreendemos a importância do nosso trabalho para a sociedade. Isso fez com que a gente trabalhasse muito”, conta.

Foi exercendo uma liderança pautada no diálogo que Ricardo Cavalcante ocupou outros cargos em entidades regionais e nacionais com representação no setor industrial. Na Fiec, o empresário também se destacou atuando na diretoria entre os anos de 1999 e 2002, além de diretor administrativo adjunto da Federação entre os anos de 2010 e 2014; e diretor administrativo na gestão de 2014 a 2019. Resultado de um trabalho comprometido e responsável ao longo dos anos, o gestor foi eleito presidente, por unanimidade, com o respaldo de todos os 40 Sindicatos filiados à Fiec.

“São vários os setores que a gente precisa escutar para fazer com que essa economia e essa indústria, que eu considero pujante dentro do Ceará, cresça cada vez mais”, assegura.

Avançar em benefício dos cearenses

Entre os principais projetos conduzidos atualmente na Fiec, o presidente destaca o Observatório da Indústria, que tem sido uma estratégia central no processo de transformação digital vivenciado pela instituição, e indutor da implantação da indústria 4.0 no Ceará. “A indústria 4.0 precisa chegar também para a sociedade, principalmente para os mais necessitados. Estamos trabalhando muito forte na área da economia do mar, da construção civil, do setor têxtil, do setor metal-mecânico e, agora, também na área do hidrogênio verde, que é de energia”, defende.

Os projetos para o Hub Hidrogênio Verde, desenvolvidos em diálogo com o Estado do Ceará, universidades e organizações privadas, têm sido capitaneados com muito otimismo. “Segundo as maiores autoridades do mundo, sejam elas européias, norte-americanas ou sauditas, o Nordeste do Brasil é o melhor local do mundo para se produzir hidrogênio verde. E dentro do Nordeste, eu brigo muito pelo Ceará, que é onde eu nasci e amo. Onde a gente tem uma estrutura de porto espetacular. O Porto do Pecém tá fazendo a diferença em toda essa atração do hidrogênio verde”, afirma Ricardo Cavalcante

Essa articulação tem atraído investidores que apostam no Ceará como um lugar central no movimento de descarbonização da economia mundial, para a garantia de um futuro mais sustentável em equilíbrio com o meio ambiente. Até o momento, o Estado assinou 17 memorandos de entendimentos com multinacionais para produção e exportação a partir do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. O gestor projeta que a iniciativa deve receber cerca de US$56 bilhões em investimento total somando produção em terra (onshore) e no mar (offshore).

“Eu recebi a presidente de uma das maiores empresas que vai entrar no Hub Hidrogênio Verde, e as palavras delas ficaram muito marcantes para mim. Ela me disse que encontrou no Ceará o que não encontrou em vários estados e em alguns países, que é a união do governo com a academia e o setor privado. [Segundo a presidente] No Ceará se fala a mesma linguagem, torcem pelo mesmo objetivo, e isso faz com o que [o investidor] fique cada vez mais alegre e com vontade de entrar no estado”, registra

Toda essa cooperação também foi importante para o Ceará atravessar a pandemia da covid-19, uma das maiores crises sanitárias e econômicas da história recente da humanidade. Emocionado, o gestor fala sobre esse período que ficará marcado para ele. “Talvez tenha sido o momento mais difícil da minha vida, não como pessoa e empresário, mas como cidadão. Porque foi um momento em que a gente estava lidando com o desconhecido, discutindo e procurando compreender como enfrentar aquilo”, diz Cavalcante, que considera os profissionais de saúde os grandes heróis dessa luta pela vida.

Nesse contexto, Ricardo Cavalcante, que testou positivo para covid em meados de abril de 2020, contribuiu na mobilização para encontrar saídas para os desafios impostos pela pandemia. “Uma parte da indústria não estava trabalhando. E o governador Camilo Santana criou o Comitê [Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus]. Ou seja, uma junção de pessoas para que a gente pudesse resolver as coisas errando menos”, avalia.

Ele ressalta que a indústria cearense não deixou faltar alimentos no supermercado nem medicamentos nas farmácias. Em paralelo a isso, a Fiec iniciou a compra de novos respiradores, e, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), recuperou inúmeros respiradores quebrados. Segundo o gestor, a instituição distribuiu, também com o apoio dos industriais cearenses e parceria com o poder público, equipamentos de proteção individual aos trabalhadores e mais de 300 toneladas de alimentos.

“Na segunda onda, que veio bem mais forte, o Estado implantou mil unidades móveis de UTI em menos de 45 dias. Dessas mil unidades, 300 vieram dos industriais do Ceará. Eu, particularmente, liguei para todos. Eu digo com muito orgulho de estar aqui hoje, enquanto presidente da Fiec, representar esses industriais, que não se preocuparam com o lucro das empresas, mas com os funcionários, filhos de colaboradores e, principalmente, com a sociedade cearense”, afirma.

Ricardo Cavalcante também expressa orgulho do apoio que a Fiec deu ao projeto do Elmo, o capacete de respiração assistida idealizado e produzido no Ceará. A inovação cearense, que já beneficiou mais de 40 mil pacientes em tratamento da covid, também será agraciada com a Medalha da Abolição 2020-2022. “O Elmo foi uma startup, uma ideia em que todos nós apostamos, e deu certo. Eu espero que tenhamos vários Elmos daqui para frente, para que a gente possa não só usar na saúde e educação, mas no bem em prol da sociedade cearense e do Brasil”, projeta.

(2112) Medalha Abolição 2020-2022: Ricardo Cavalcante – YouTube