Um amor materno além dos laços sanguíneos: “Quando a vi, meu coração a escolheu”

5 de maio de 2022 - 12:09 # # #

Letícia Maia e Radene Fortaleza - Ascom Sesa Texto
Arquivo pessoal Fotos

“Dentre todas as histórias que vi de perto, a da Mariana me fez compreender que eu queria aquela criança para mim”, relembra Telma Veras, enfermeira e servidora pública vinculada à Saúde do Ceará

Em 16 de setembro de 1984, sem qualquer prenúncio, a maternidade bateu à porta e arrebatou o coração da servidora pública Telma Veras. O primeiro olhar dirigido à pequena Mariana, à época com quatro anos, desencadeou, dentro de si, um sentimento inédito e inexplicavelmente imediato. Apesar da ausência de laços sanguíneos, o destino de ambas parecia cruzado. A partir daquele momento, nasciam, simultaneamente, uma mãe e uma filha.

Enfermeira vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), hoje atuante na Assessoria de Comunicação e Eventos (Ascom), Telma carrega, desde a infância, a inclinação ao carinho e ao cuidado. Habituada a lidar com desafios das mais diversas ordens, adaptou-se a amenizar as mais complexas dores. Sobretudo, aquelas que acometem os seres mais frágeis.

Na década de 1980, a servidora, filha de uma assistente social do Juizado da Infância e da Juventude, acompanhou, com muita atenção e empatia, diversas situações inquietantes. “Aos 30 anos, eu estava iniciando minha vida profissional. Dentre todas as histórias que vi de perto, a da Mariana me fez compreender que eu queria aquela criança para mim”, relembra.

Ciente das responsabilidades inerentes à decisão, toda a família de Telma uniu esforços visando à autorização judicial para a adoção legal da menina. “A minha missão e o meu desejo, desde o primeiro segundo, eram de estar com ela. De cuidar. De protegê-la das dificuldades da vida. De vê-la feliz”, descreve.

Por meio da iniciativa, uma nova realidade fora instalada. “A minha maior satisfação foi ver que aquela criança, aparentemente tão frágil em um primeiro momento, superou muitos dos problemas tão precocemente enfrentados. Começamos uma vida diferente. Eu sempre a levei para o colégio, banhei, brinquei, participei das celebrações escolares e das reuniões de pais e mestres. Tudo com muito amor e paciência”, conta.

Aos 70 anos, Telma Veras atua na Assessoria de Comunicação e Eventos da Sesa

Após décadas de dedicação, a semente plantada com tanto cuidado reverberou positivamente. Mariana, atualmente com 41 anos, colhe os frutos do carinho, do acolhimento e do respeito incondicionais recebidos ao longo dos marcos de seu desenvolvimento.

“A construção do nosso vínculo foi pautada pelo diálogo, pela escuta e pela orientação. Sempre busquei compreender o tempo e a vontade dela. Ela decidiu o momento de fazer a primeira comunhão, de iniciar a terapia e de consolidar os passos que vêm construindo sua trajetória de maneira criativa e espiritualizada”, exemplifica.

Neste mês das mães, Telma compartilha os aprendizados incorporados ao longo da vida. “A maternidade é algo vocacional e espiritual. O amor, o carinho e a dedicação devem estar acompanhados de uma paciência e de uma compreensão maior do que você. Se eu tivesse condições financeiras, já teria adotado umas vinte crianças”, garante, bem-humorada.

O instinto maternal transborda cotidianamente e contagia, de forma positiva, os seus colegas de trabalho. “No auge dos meus 70 anos, muitos aqui são um pouco meus filhos, que guardo em meu coração com os melhores sentimentos”, pontua.

Força no maternar


Ainda no Nível Central da Sesa, a auxiliar de Serviços Gerais Ana Maura da Silva, 50, terá um Dia das Mães diferente este ano. Com duas filhas adultas, a colaboradora foi agraciada com seis netos – um deles nasceu no início de 2022 e outro é aguardado para os próximos meses. “O amor pelas minhas filhas é igual ao que sinto pelos meus netos. Eles são minha alegria diária”, destaca.

Orgulhosa da família que construiu, Ana Maura (à esquerda na foto) afirma que ser mãe e avó é uma das melhores coisas que aconteceram na sua vida. “É maravilhoso. Acordar e receber o telefonema de uma filha é muito bom. Todos os dias, falo com minhas filhas e meus netos. É a primeira coisa que faço quando chego do trabalho”, diz.

Para enfrentar as dificuldades que surgiram ao longo da vida, a profissional encontrou força no maternar. “Minhas filhas me dão apoio para seguir firme, mesmo nas incertezas do dia a dia. Mesmo com tudo o que passei, segui em frente por elas”, declara.

Dona Maura, como é chamada na Sesa, estende o cuidado e o amor maternos para o ambiente de trabalho. Reconhecida pelos colegas da Secretaria Executiva de Políticas de Saúde (Sepos) por sua gentileza e afeto, ela se dedica aos amigos nos pequenos gestos. “A Sepos é como uma família para mim. Tenho prazer em cuidar de todos. É assim que me sinto bem, oferecendo um chá, um café, carinho e atenção. Trato como se fossem meus filhos”, acrescenta.