Dia do papiloscopista: profissionais da Pefoce desempenham serviço essencial na identificação humana e no combate à criminalidade

6 de fevereiro de 2023 - 14:54 # # # #

Ascom Pefoce - Texto e Foto

No dia 5 de fevereiro foi comemorado o Dia do Papiloscopista. O trabalho desenvolvido por esses profissionais tem por objetivo revelar as linhas que, de forma única, desenham as nossas digitais. Com serviços de identificação e cidadania, imprescindíveis para a Segurança Pública, os profissionais que desempenham a função de papiloscopista na Perícia Forense do Ceará (Pefoce) realizam a coleta, levantamento, análise de vestígios e organização de toda a base civil e criminal de impressões digitais de todo estado do Ceará.

Papiloscopia é a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas presentes nos dedos, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. O trabalho da papiloscopia garante cidadania a todas as pessoas, identificam e fornecem provas concretas para que processos judiciais levem a punição daqueles que cometem crimes, de acidentes de trânsito a roubos a bancos, por exemplo. Os servidores responsáveis pelas análises papiloscópicas analisam as impressões digitais para fins de investigação de crimes, identificação dos corpos que dão entrada na instituição, além da identificação de pacientes que dão entrada em hospitais e abrigos públicos sem documentos.

Laboratórios

Atualmente, a Pefoce possui três laboratórios que integram a Coordenadoria de Identificação Humana e Perícias Biométricas (CIHPB) e auxiliam na identificação humana. São eles, o Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP), o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) e o Laboratório de Identificação de Desaparecidos (LID).

O Laboratório de Impressão Papiloscópica (LIP) é responsável por coletar as impressões digitais de objetos e locais de crime para a identificação de suspeitos. Enquanto isso, o Laboratório de Identificação Necropapiloscópica (LIN) realiza a identificação dos corpos que dão entrada na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). O método científico é responsável pela identificação de cerca de 90% dos corpos que chegam à Pefoce.

O Laboratório de Identificação de Desaparecidos (LID) recebe as demandas provenientes de hospitais e abrigos que atendem pessoas sem documento de identificação. Nesses casos, um servidor da Pefoce é deslocado para realizar a coleta das impressões digitais do indivíduo a fim de descobrir os dados e verificar as informações junto ao banco de impressões digitais da Pefoce. As informações obtidas ajudam a identificar a pessoa e, em muitos casos, auxilia na localização da família.

Necropapiloscopia

Todos os corpos que dão entrada na Pefoce passam pelos olhos das equipes do LIN. Seja para coleta das impressões digitais ou avaliação de algum método a ser usado para conseguir meios que possibilitem a identificação através da digital. Essas técnicas permitem um reconhecimento de corpos de forma segura possibilitando que as famílias possam fazer sua despedida de forma justa. A necropapiloscopia também evita tentativas de trocas de identidade.

Auxiliar de perícia na Pefoce desde 2016 e com formação em direito, Andrea Magalhães atua no setor no qual mais se identificou na Pefoce. Sua rotina desafiadora exige um rigor técnico na identificação das vítimas e, ao mesmo tempo, um olhar humanizado com as famílias. Andrea conta detalhes da profissão e os motivos que a levaram a optar pela área. “A percepção célere do resultado e impacto do trabalho realizado e, em alguns casos, ter a ciência de que nosso trabalho pode proporcionar, minimamente, paz ou conforto a uma família que pode, finalmente, encerrar um ciclo. Escolhi a necropapiloscopia, que existe no estado do Ceará desde 2013, para seguir minha carreira na Pefoce”, conta.

Ela relata um caso marcante na sua carreira. “Muito me marcou uma tragédia envolvendo 9 vítimas. Conforme as buscas avançavam, gradativamente os corpos chegavam a Pefoce para serem examinados e identificados. Foram dias aflitos porque a sensação de paz e dever cumprido só aconteceu após a última vítima ter sido identificada”, finalizou.

Identificação civil

A equipe da papiloscopia também realiza a análise das impressões digitais para emissão de 1.ª e 2.ª via das carteiras de identidade. A análise papiloscópica para a confecção dos documentos é uma importante atividade que evita fraudes e previne golpes. A auxiliar de perícia Kamila Rebouças, que atua na supervisão da identificação civil, explicou a importância do trabalho realizado nas análises das impressões digitais, onde é possível verificar se os padrões das impressões fornecidas e apresentadas são de uma mesma pessoa.

“As impressões digitais são fatores únicos que realmente possibilitam a individualização dos seres humanos. Aqui, nós fazemos a análise dos dados biográficos e biométricos, buscando interceptar qualquer tentativa de fraude”, explicou ela.

Kamila, que atua na Pefoce desde 2016, conta estar vivenciando a realização de um sonho. Apesar dos desafios da profissão, a auxiliar de perícia se diz orgulhosa e motivada para prestar um serviço de excelência à sociedade. “Ser servidora pública do estado do Ceará, especialmente integrando o quadro da Perícia Forense, é a realização de um sonho para mim. O serviço que nós desempenhamos no Núcleo de Identificação Civil é uma questão de dignidade humana, é a correta identificação do cidadão, ratificando sua existência sob o aspecto civil e jurídico”.

Núcleo de Arquivo Onomástico

Outro campo de atividade de identificação, o Nuaro, mantém arquivo de todos os prontuários civis e documentações apresentadas para requerimento da carteira de identidade civil (RG) no estado do Ceará. No núcleo, são realizadas consultas e pesquisas para respostas a ofícios dos núcleos da Pefoce, dos demais institutos de identificação de todo País e de outros órgãos que requerem informações acerca de identificações realizadas no Ceará.

O Núcleo tem o papel importante de arquivar as identificações civis de pessoas que residem ou residiram no Ceará desde 1923, além de ser um suporte ao trabalho de inteligência realizado pela Polícia Civil e Polícia Federal, em investigações de crimes realizados no Estado ou em outras partes do país. Recentemente, a equipe do núcleo atuou na identificação do blogueiro cearense procurado por tentativa de atentado a bomba em Brasília. Além de investigações criminais, o Núcleo de Arquivo Onomástico auxiliou na identificação de vítimas que morreram na enchente de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e no rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais.

Papiloscopia e a Ciência

O trabalho de papiloscopia também é realizado por profissionais lotados no Núcleo de Perícia Externa (Nupex) que desenvolvem suas técnicas em locais de crimes diversos, como em furtos por arrombamento, crimes contra a vida, danos, dentre outros. A coleta de vestígios de fragmentos de impressões digitais pode identificar vítimas inocentes, possíveis autores e produzir a prova material.

O perito criminal Igor Cavalcante, faz parte da nova geração de servidores da Pefoce. Empossado em março de 2022, Igor possui formação em química e conta a relação da área com o trabalho realizado na Pefoce. “O que eu acho interessante na papiloscopia é que ela é uma área da ciência forense que envolve muitas ciências, como a física, química e biologia”, destacou ele.

Lotado no LIP, o perito criminal trabalha nas análises de perícias realizadas em locais de crimes, realização de perícias em laboratório e processamento de casos criminais no AFIS, sistema automatizado de cruzamento de impressões digitais. Igor contou como seu trabalho contribui para dar respostas às investigações e elucidar crimes. “A papiloscopia é importante porque ela é uma forma de identificação humana. Em constante processo de evolução, essa área tem mais de 100 anos de existência e até hoje é determinante para desvendar alguns crimes”, ressaltou.

Desde o seu ingresso na instituição, Igor já passou por experiências importantes que ampliaram sua percepção acerca da dimensão do trabalho. O perito relatou um episódio com importante integração das forças de segurança. “O trabalho que mais me marcou até agora foi de um retorno da delegacia que ligou e agradeceu pelo trabalho realizado, depois que a gente fez a identificação de um suspeito. Disse ainda que, graças a essa análise, a equipe conseguiu conectar o suspeito à cena do crime” explicou.

Integração e trabalho Social

Além da área criminal, a papiloscopia tem um papel social importante. A coleta e análise papiloscópica de pacientes desconhecidos internados em hospitais, casas de saúde, abrigos públicos e demais equipamentos de assistência social, contribui para a identificação e localização de desaparecidos promovendo o direito à convivência familiar e comunitária. Um aspecto mais sensível do trabalho onde, a partir da identificação papiloscópica do paciente e com a parceria com os serviços sociais das instituições, o acesso do cidadão a benefícios, exames específicos no sistema de saúde e, até mesmo cirurgias de maior complexidade, são garantidos.

Da mesma forma, a identificação formal é um dos pilares da segurança do paciente e traz muitos benefícios para a continuidade do seu tratamento.A papiloscopia é um meio de prova com grande relevância para o Inquérito Policial, e contribui nas investigações de locais de crime e na identificação humana, com precisão na indicação da autoria e da materialidade dos delitos.

Nesse dia do Papiloscopista, a Pefoce parabeniza todos os servidores que empregam a ciência da papiloscopia com excelência, para atender a sociedade cearense com compromisso e qualidade técnica. Nosso intuito sempre será a busca da verdade para combater a criminalidade e promover a Justiça.