Semana Diana Pitaguary fortalece combate à violência contra a mulher nas escolas indígenas do Ceará
20 de agosto de 2025 - 11:34 #Agosto Lilás #escolas indígenas #Semana Diana Pitaguary #Violência de Gênero
Julyanna Santos - Ascom Sepin-CE - Texto
Casa Civil - Foto
Escola Indígena Chuí, localizada em Maracanaú
No mês de agosto, marcado nacionalmente pelo Agosto Lilás, campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, o Ceará reforça seu compromisso com a memória e a luta por justiça por meio da Lei nº 17.041/2019, que institui a Semana Diana Pitaguary. A iniciativa, de autoria da então deputada estadual Augusta Brito, determina que as 44 escolas indígenas existentes no Estado realizem atividades educativas voltadas à discussão sobre violência de gênero, feminicídio e importunação sexual.
A lei leva o nome de Diana Pitaguary, jovem indígena assassinada em 2018, em Maracanaú, vítima de feminicídio. Sua história se transformou em símbolo de resistência e memória coletiva, lembrando a urgência de políticas que enfrentem a violência contra mulheres em todas as suas formas.
Conscientização e transformação social
Para a secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, a lei representa mais do que uma homenagem: é um instrumento de conscientização e transformação social: “a Semana Diana Pitaguary traz para dentro das escolas indígenas uma reflexão necessária sobre a violência contra a mulher, mostrando que esse debate precisa ser permanente e alcançar todas as gerações. Mais do que falar sobre o passado, a lei nos convida a construir um futuro de respeito, dignidade e proteção para as mulheres, em especial as indígenas, que enfrentam camadas ainda mais duras de invisibilidade e violência”, destacou.
Segundo Juliana Alves, o Agosto Lilás potencializa o alcance dessa pauta, aproximando a sociedade da luta diária de tantas mulheres que, como Diana, tiveram suas vidas interrompidas: “quando o Estado promove ações como essa, reafirma que nenhuma vida pode ser esquecida. A memória de Diana é também a força de tantas outras mulheres que resistem e exigem viver sem violência”, acrescentou a secretária.
Mobilização social
Desde a aprovação da lei, as 44 escolas indígenas do Ceará têm desenvolvido atividades que vão desde rodas de conversa, palestras e debates até oficinas culturais, que dão voz às juventudes e fortalecem a rede de proteção. A autora da lei, Augusta Brito, hoje senadora, ressalta que a iniciativa nasceu justamente da necessidade de transformar a dor em mobilização social.
Ao conectar a Semana Diana Pitaguary ao Agosto Lilás, o Ceará reafirma que o combate à violência contra a mulher é uma causa coletiva. Ao mesmo tempo em que honra a memória de Diana, a lei fortalece a prevenção, a conscientização e a luta por justiça, abrindo caminhos para que nenhuma mulher mais precise ter sua história interrompida pela violência.