Em dia histórico para o audiovisual cearense, Secult Ceará debate a implantação da Ceará Filmes

5 de setembro de 2025 - 09:34 # # # #

Ascom Secult - texto e fotos

Audiência realizada na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) reuniu diferentes profissionais do setor, Ancine, Procuradoria Geral, Secretaria de Turismo, SDE, Sefaz, Associações de audiovisual e representantes de Organizações Sociais

O investimento em Cultura do Governo do Ceará coloca o estado em posição de destaque no audiovisual brasileiro. Filmes que eternizam a imagem, geografia e história de nossa gente circulam por vários pontos do planeta. Esta rica e potente indústria abrange a produção de séries, games, TV abertas, fotografia, publicidade, serviços de streaming e muito mais.

É audiovisual feito e protagonizado por profissionais da Terra da Luz. Da equipe técnica ao elenco. Da direção à produção. É geração de renda para trabalhadoras e trabalhadores de vários setores como transporte, segurança, alimentação, rede hoteleira, comunicação e comércios locais. São nossos talentos produzindo dentro e fora das telas.

O momento é especialmente oportuno para debater e avançar as políticas públicas para este fértil campo econômico da cultura. Com este objetivo, na tarde desta quarta-feira (3), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) participou de audiência pública sobre a implantação da primeira empresa pública de audiovisual no estado. É a Ceará Filmes.

A reunião demarcou um espaço para discussão técnica e política sobre a importância estratégica da empresa. Na oportunidade, a Secult Ceará apresentou a “Pesquisa de impacto socioeconômico do setor audiovisual do Estado do Ceará”. O estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) afirma que o setor audiovisual cearense é vital à geração de riqueza e desenvolvimento econômico do estado.

Para cada R$1 real investido, o setor audiovisual cearense retorna R$3,10 à economia do Ceará. O inédito levantamento dimensiona a relevância econômica do setor audiovisual. Aponta os impactos econômicos e sociais em termos de valor de produção, valor adicionado (PIB), impostos, salários, e empregos.

Durante a audiência pública, a Secult Ceará foi representada pela secretária da Cultura, Luisa Cela; o secretário Executivo, Rafael Felismino, a secretária Executiva de Planejamento e Gestão Interna, Gecíola Fonseca e representantes da Coordenadoria de Cinema e Audiovisual (CCAVI) da pasta.

Luisa Cela destacou a importância do estudo encomendado pela Secult Ceará. “Na área da Cultura, os dados contribuem para entendermos nosso campo e desenhar melhor nossas políticas. Em que elos da cadeia esse fomento tem que se dar. Quais estratégias. Quais são as metas, as responsabilidades do setor na construção das carreiras e estruturação do setor”.

A pesquisa divulgada durante a audiência pública é parte de uma série de ações e interlocuções protagonizadas pela Secult Ceará nos últimos anos. Esta dinâmica é resultado de intensa agenda de reuniões com o setor, criação de Grupo de Trabalho, realização do “Seminário Ceará Filmes” e contratação de consultoria externa especializada.

Audiovisual que afirma o orgulho de ser cearense

Criado pela Lei n.º 17.857/ 2021, o Programa Ceará Filmes objetiva a promoção de políticas públicas em prol do setor audiovisual do estado. Representa investir no desenvolvimento da produção cearense com a arte e a cultura digital, promovendo a criação, formação, exibição, distribuição, preservação, pesquisa e intercâmbio.

Realizada a partir da Comissão de Cultura e Esportes da Assembleia, a audiência pública atende a requerimento do líder do Governo na Alece, o deputado Guilherme Sampaio (PT). A audiência conduzida pelo parlamentar contou com as participações do diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado, do pesquisador Fernando Perobelli, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da secretária de Cultura de Fortaleza, Helena Barbosa, e do pesquisador e consultor Alfredo Manevy, que presidiu a Spcine (2014-2016).

Também participaram o presidente do Instituto Mirante, Tiago Santana; a diretora de formação do Instituto Dragão do Mar (IDM), Bete Jaguaribe; o representante da Secretaria do Turismo do Ceará, Bruno Gaspar; o representante da Procuradoria Geral do Estado, o procurador Daniel Ribeiro Garcia Filho e a secretária Executiva do Tesouro Estadual e Metas Fiscais da Sefaz Ceará, Roberta de Alencar Pita.

A mesa de debate ainda reuniu o presidente da Associação Cearense de Produtoras de Audiovisual Independente (Ceavi), Roger Pires; a conselheira estadual de cultura Audiovisual/Jogos (CEPC), Marilena Lima e o presidente da Câmara Setorial de Cultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Arison Uchoa.

“É um dia histórico para gente”, descreveu o presidente da Associação Cearense de Produtoras de Audiovisual Independente (Ceavi), Roger Pires. A realização da audiência acompanha a ampla mobilização e construção coletiva de inúmeras representações do audiovisual cearense.

“Construímos com mais intensidade nos últimos anos e meses. Foram muitas reuniões, debates e eventos em torno de uma pauta que é bem específica e responde a muitas das nossas demandas enquanto setor. Um setor que quer se desenvolver e acreditamos hoje que a empresa pública é a resposta para muitas destas coisas. Acho importante, enquanto sociedade civil, reconhecermos quando o estado também se alia e trabalha junto conosco. Especialmente, gostaria de destacar o trabalho da Secult Ceará, da atual gestão e toda a equipe”, completou Roger Pires.

Na plateia presente à Alece, a audiência pública foi acompanhada por diferentes grupos, coletivos e projetos ligados ao audiovisual cearense. Contribuíram Universidade Federal do Cariri (UFCA), Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), Instituto Bojogá, Rede Cine Rua Ceará e Associação Mulheres do Vale do Caju.

A participação de representantes de diversas áreas revela a importância do setor audiovisual em todas as dimensões do desenvolvimento socioeconômico do estado, destacou o autor da proposta, da audiência, o deputado estadual Guilherme Sampaio.

“Não só no campo da política cultural, como também no campo do desenvolvimento econômico. Com um interface com as mais diversas áreas de governança necessárias na construção desta iniciativa. Conhecer o que significa criar uma empresa de cinema. A dimensão do impacto, da cadeia econômica e dos arranjos produtivos locais desta empresa”, pontuou.