Seplag reforça importância do acolhimento e do autocuidado para a valorização da vida

26 de setembro de 2025 - 17:14 # # #

Dháfine Mazza - Ascom Seplag - Texto
Dennis Moraes - Ascom Seplag - Fotos

Um em cada quatro brasileiros já pensou em suicídio, segundo pesquisa online da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) realizada em todas as 27 Unidades da Federação. O dado evidencia uma realidade frequentemente negligenciada pela sociedade — inclusive no ambiente de trabalho, onde alguém próximo pode estar enfrentando pensamentos suicidas sem que isso seja percebido. Diante desse cenário, o movimento Setembro Amarelo vem ganhando força ao promover a conscientização sobre a prevenção ao suicídio e a valorização da vida. Alinhada a essa causa, a Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE) realizou, nesta sexta-feira (26), uma programação especial com palestras, espaço de escuta e ações voltadas ao cuidado com a saúde mental e física.

Para o secretário do Planejamento e Gestão do Ceará, Alexandre Cialdini, o evento reforçou o compromisso da Seplag-CE com a valorização das pessoas e com a promoção de um ambiente de trabalho cada vez mais saudável, empático e acolhedor para todos. “Dedicamos grande parte do nosso dia ao trabalho, desempenhando nossas funções com compromisso e seriedade em prol do desenvolvimento de todo o Ceará. No entanto, é fundamental lembrar que a vida vai além do trabalho e que precisamos estar bem para servir bem aos cearenses, assim como para estar presentes com nossos familiares e amigos. Momentos como este nos recordam que não estamos sozinhos, que fazemos parte de um ambiente acolhedor e que cuidar de nós mesmos é essencial para que possamos cuidar do próximo”, afirmou.

A programação incluiu a palestra “Saúde mental e violência psicológica: técnicas para reconhecer e acolher servidoras públicas no ambiente institucional”, proferida pela secretária executiva de Direitos Humanos da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará, Raquel Andrade. Na oportunidade, ela desmistificou crenças comumente propagadas na sociedade, como a separação entre vida pessoal e profissional. “Somos seres complexos. Não é possível fazer essa separação. Não existe profissionalismo sem humanidade, sem a concepção de que nós precisamos conceber o outro como seres humanos que erram e que sofrem. Em muitos cenários, mulheres estão passando por violações que, para nós, são silenciosas, mas elas estão gritando internamente, afetando sua saúde mental e sua concepção de trabalho”, disse, reforçando que, historicamente, as mulheres enfrentam sobrecarga de trabalho, realizando, em média, 14 horas a mais que os homens em afazeres domésticos.

“Essa problemática não é individual, é coletiva, sobretudo para as mulheres. É preciso vencer o silêncio organizacional. A primeira regra do acolhimento é o sigilo e a privacidade. É necessário um ambiente seguro para conversar, ter empatia e escutar, não apenas ouvir. Ofereça ajuda. Conhecer as políticas públicas de proteção e combate à violência, por exemplo, faz parte da nossa corresponsabilidade como servidores e cidadãos”, destacou Raquel Andrade.

A secretária executiva apresentou ainda políticas como a Casa da Mulher Brasileira, a Casa da Mulher Cearense e a plataforma medida protetiva virtual (https://mulher.policiacivil.ce.gov.br/solicitante) , pela qual as mulheres podem solicitar a medida judicial de caráter cautela pelo celular.

Apoio às vítimas

Após a palestra inicial, a psicóloga Goretti Feitosa, da Secretaria dos Direitos Humanos, apresentou o Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência (Cravv), que proporciona auxílio psicológico, social e jurídico às vítimas diretas e indiretas de violência, apoiando ações governamentais que busquem reduzir os efeitos traumáticos da violência. O Cravv compõe o Sistema Estadual de Proteção às Pessoas, atuando em conjunto com os Programas de Proteção do Estado do Ceará.

Valorização da vida

A secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Seplag-CE, Rejane Felipe, que atua como voluntária no Centro de Valorização da Vida (CVV) há 28 anos, ministrou a palestra “Escuta empática e apoio emocional: a atuação do Centro de Valorização da Vida na prevenção ao suicídio”, ocasião em que fez um breve histórico sobre o Setembro Amarelo e apresentou os principais números do CVV e a relevância do serviço. Fundado em 1962, o CVV está presente em todo o Brasil, com cerca de 90 postos de atendimento, cerca de três mil voluntários e aproximadamente 2,7 milhões de apoios por ano.

“Escutar é um ato essencial. Ser compreendido é uma necessidade básica de todo ser humano. O exercício da escuta deve acontecer sem pressa, sem conselhos e sem julgamentos, sempre preservando o sigilo e o anonimato. Conversar é fundamental, pois quando a dor é compartilhada, ela se torna mais leve. Ser escutado é como receber um abraço por dentro. Às vezes, uma simples conversa pode transformar tudo”, afirmou.

Para a secretária executiva da Seplag-CE, o Setembro Amarelo é um marco, mas a prevenção ao suicídio e a valorização da vida devem ocorrer o ano inteiro. “Todos podem fazer parte desta causa. Contribuir para desconstruir mitos sobre suicídio e saúde mental é essencial para uma sociedade mais consciente e acolhedora. Participe de ações simbólicas, como iluminação em amarelo ou o uso de laços que representam a campanha. Mais importante ainda, esteja presente: converse com as pessoas ao seu redor com empatia, acolhimento e sem julgamentos. Cada gesto de cuidado fortalece a vida”, disse.

Equilíbrio entre corpo e mente

Reforçando a relevância da integração entre corpo e mente para o equilíbrio da saúde e a qualidade de vida, a programação da Seplag-CE em alusão ao Setembro Amarelo contou ainda com um aulão de pilates realizado em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc).

A colaboradora Aline Soares, lotada no Gabinete da Seplag, foi uma das participantes do aulão de pilates. “Achei uma iniciativa muito interessante, estimulando o autocuidado e a prática de exercícios físicos, ações que também são fundamentais para a saúde mental”, declarou.

Se precisar, peça ajuda

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Telefone: 188 (ligação gratuita)

Chat e e-mail: cvv.org.br

Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência

Rua Assunção, 1100 – José Bonifácio, Fortaleza-CE

Telefone: (85) 98895-5702

cravv@direitoshumanos.ce.gov.br