Mutirão da Genética do Hias foca em diagnóstico precoce e tratamento de doenças raras em crianças

28 de outubro de 2025 - 18:25 # # # # # #

Texto e fotos: Levi Aguiar - Ascom Hias

Ação reuniu 600 famílias de todo o Ceará

Para agilizar o diagnóstico e o tratamento de crianças e adolescentes que necessitam de acompanhamento com geneticista, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), realizou no último sábado (25) mais uma edição do Mutirão da Genética.

A ação reuniu cerca de 600 famílias de diversas regiões do estado, com destaque para as macrorregiões Cariri e Norte. Os pacientes foram previamente contactados pela Central de Regulação do Estado, com o intuito de garantir a organização do atendimento.

Entre as famílias atendidas está a de Alexandre (foto), 10 anos, morador de Guaraciaba do Norte. Ele viajou com a mãe, Cleane César, 42, dona de casa, em busca da consulta tão aguardada. “Ele tem macrocefalia, escoliose, hipotonia (diminuição do tônus, moleza) e autismo”, detalha.

“Estávamos sendo acompanhados pela Rede Sarah, no Rio de Janeiro, e quando voltamos para o Ceará entramos na fila do Hias. Agora, com o mutirão, passamos pela triagem e já vamos marcar a consulta. Estou feliz, mas ansiosa. Torcendo para que tudo esteja bem com ele”, contou.

O mutirão teve como foco reduzir o tempo de espera por consultas e fortalecer o diagnóstico precoce de doenças genéticas. As avaliações foram conduzidas por uma equipe multiprofissional formada por geneticistas, pediatras, enfermeiros e profissionais administrativos.

Profissionais do Hias realizaram triagens e consultas especializadas para acelerar diagnósticos e encaminhamentos

A geneticista Erlane Ribeiro, do Hias, destaca a relevância do diagnóstico precoce. “Ainda há desconhecimento entre profissionais da saúde sobre quando encaminhar pacientes à genética, e esse tipo de ação ajuda a ampliar essa rede de cuidado. Muitas doenças genéticas, se não forem identificadas a tempo, acabam tendo tratamentos menos eficazes. O diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho”, afirma.

Durante o mutirão, os profissionais avaliaram casos de diferentes níveis de complexidade e definiram encaminhamentos para acompanhamento contínuo. De Tianguá, a dona de casa Maria Soares, 32, levou o filho Eliazaf, de 5 anos, para a triagem. A família tem histórico de Síndrome de Marfan, condição genética rara que afeta o tecido conjuntivo, responsável por dar sustentação e elasticidade aos órgãos e sistemas do corpo.

“A agente de saúde chegou na minha porta e avisou que passaríamos por essa triagem. Meus filhos eram atendidos por pediatras no município, mas agora poderão ser acompanhados por um especialista”, relata.