Diagnóstico e tratamento precoce aumentam chances de cura sem sequelas da hanseníase

7 de janeiro de 2021 - 10:17 # # # #

Suzana Mont'Alverne - Ascom Sesa

Janeiro é o mês de conscientização contra a hanseníase. A doença, considerada um grave problema de saúde pública, é marcada por desconhecimento e discriminação. Tais fatores dificultam o diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Com 1.074 novos casos registrados no Estado em 2020, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio da campanha Janeiro Roxo, ressalta a importância de ampliar o conhecimento da população sobre a patologia. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

“As pessoas afetadas pela hanseníase continuam sofrendo com o estigma e a discriminação. Isso não apenas levou essas pessoas a não terem acesso à atenção, à educação e até mesmo à liberdade de ir e vir, mas essa discriminação contínua significa muito que as pessoas ainda relutam em buscar tratamento médico até que os sintomas alterem sua vida de forma definitiva”, comenta Yolanda de Barros, a assessora técnica do Programa de Hanseníase da Sesa.

O longo período de incubação é outro agravante para o diagnóstico da hanseníase. “Os primeiros sintomas da doença podem levar anos para se manifestar e a sua evolução é influenciada por características do sistema imunológico da pessoa infectada”, complementa a assessora. A transmissão da doença acontece de pessoa para pessoa, por vias respiratórias, tosse ou espirro, por exemplo.

As chances de contágio são maiores com o convívio prolongado com a pessoa infectada. É fundamental que familiares e pessoas próximas a quem foi diagnosticado com hanseníase também busquem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação. “A Sesa reforça a importância da avaliação dos contatos, da educação da população para facilitar o reconhecimento precoce, o tratamento adequado e a prevenção de capacidades. E, como consequência, a diminuição da prevalência oculta. Assim podemos romper a cadeia de transmissão e os estigmas sociais da doença”, explica Yolanda.

Sintomas e tratamento

O aparecimento de manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas na pele, com alteração de sensibilidade são os primeiros sintomas da hanseníase. “Além das manchas há possibilidades da ocorrência de pápulas, nódulos, diminuição ou queda de pelos em algumas áreas do corpo, especialmente nas sobrancelhas e diminuição ou ausência de suor em áreas específicas”, complementa a assessora.

Podem aparecer também áreas dormentes, especialmente nas extremidades, como mãos, pernas, córneas, além de caroços, nódulos e entupimento nasal. Ao apresentar algum dos sintomas, a pessoa deve procurar uma UBS para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. “Uma vez dado o diagnóstico, temos tratamento gratuito pelo SUS”, reforça.

Se não tratada inicialmente, a hanseníase pode evoluir para incapacitações físicas. Incapacidade de elevar o pé, de estender os dedos e o punho e de fechar os olhos são algumas das consequências da doença. Para casos mais avançados, com sequelas maiores, existe o Centro de Dermatologia Sanitária Dona Libânia, unidade da Sesa. “Lá tem profissionais preparados para realização de tratamentos voltados para incapacidades físicas e sequelas severas da doença”, finaliza.

 

Ouça:

A assessora técnica do Programa de Hanseníase da Sesa, Yolanda de Barros, fala sobre o histórico de discriminação e da importância da campanha informativa.

É importante mostrar que a doença tem cura, que existe tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) e que informação e tratamento cedo são primordiais para o diagnóstico precoce, como explica a assessora técnica do Programa de Hanseníase da Sesa, Yolanda de Barros.