Fonoaudiologia: especialidade contribui para o desenvolvimento e a reabilitação de pacientes internados no HM

9 de dezembro de 2021 - 11:28 # # #

Jéssica Fortes - Ascom HM Texto e Fotos

O pequeno Pedro Noah Batista, de apenas dois meses, utilizou sonda para se alimentar logo que nasceu e aprendeu a mamar durante a internação

A Fonoaudiologia é a especialidade que trabalha os aspectos que envolvem a deglutição, a voz e a fala. Em um ambiente hospitalar, incluem-se avaliações, orientações, diagnósticos e tratamentos para problemas como disfagia, ou seja, dificuldade de sucção, mastigação e ingestão. No Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o trabalho dos profissionais da área é fundamental na promoção da saúde e reabilitação de pacientes internados.

Atualmente, o HM conta com sete fonoaudiólogos que atuam tanto nas enfermarias quanto nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), assistindo adultos e crianças. “O trabalho do fonoaudiólogo clínico é à beira do leito, junto da equipe multiprofissional. Atuamos na prevenção, no diagnóstico e na reabilitação do paciente que teve alguma sequela ocasionada por intubação, ventilação mecânica, sonda de alimentação ou traqueóstomo, por exemplo. Trabalhamos reabilitando as funções tanto na Pediatria quanto com adultos. Para que eles tenham uma oferta oral segura e sem riscos de broncoaspiração”, ressalta a coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HM, Joana Angélica Marques.

Reabilitação e desenvolvimento

Na Pediatria do HM, o trabalho realizado com bebês cardiopatas tem foco na reabilitação e no desenvolvimento da alimentação oral. Como é o caso do pequeno Pedro Noah Batista, de apenas dois meses, que aprendeu a mamar durante a internação. Noah nasceu com atresia pulmonar, uma má-formação caracterizada pelo fechamento de uma válvula pulmonar que impede a passagem do sangue do lado direito do coração para os pulmões. O menino chegou ao HM com apenas três dias de nascido e usando sonda para se alimentar.

“Ele cansava, engasgava, não conseguia mamar, por isso foi preciso colocar a sonda. Durante a internação, até o dia da cirurgia, as fonoaudiólogas foram ensinando ele a sugar, a pegar a mamadeira, e ele aprendeu. Hoje, tiramos a sonda, e ele conseguiu se alimentar direitinho. As ‘fonos’ também fizeram o teste da linguinha e está tudo bem. Finalmente vamos para casa sem riscos”, comemora a mãe Cristiana Batista, 32, momentos antes de levar o filho para casa, na última terça-feira (7).

Prevenção
Em pacientes idosos, o trabalho, na maioria das vezes, é preventivo. Com o avanço da idade, a musculatura vai ficando enfraquecida e o paciente vai apresentando mais risco de engasgo e de broncoaspiração. “A parceria com a família é fundamental para que os cuidados também sejam mantidos em casa. Nós orientamos cuidadores e acompanhantes sobre como deve ser a alimentação do paciente, os cuidados que devem ser tomados e que funções devem ser estimuladas para prevenir os riscos de broncoaspiração”, explica Marques.


Durante a internação, alguns utensílios precisam ser adaptados para proporcionar segurança durante a alimentação dos pacientes

É também comum auxiliar adultos com dificuldades de deglutição por problemas pulmonares e/ou após a cirurgia cardíaca. Em decorrência de patologia de base, intubação prolongada, ventilação mecânica ou de uso do traqueóstomo, esses pacientes apresentam uma maior dificuldade de deglutição ou na fala. “Dependendo do quadro do paciente, após diagnóstico, nós estudamos que estratégia vamos utilizar. Junto com a Terapia Ocupacional, por exemplo, nós conseguimos confeccionar as pranchas de comunicação e vamos trabalhando as possibilidades desse paciente voltar a se comunicar verbalmente. Em outros casos, adequamos utensílios para proporcionar uma via oral segura para o nosso paciente”, destaca a fonoaudióloga.

Painel comemorativo

Para marcar o Dia do Fonoaudiólogo, celebrado nesta quinta-feira (9), uma exposição mostrando as diversas formas de atuação dos profissionais foi montada no corredor principal do HM. O painel traz fotos e depoimentos de pacientes e especialistas.

“O que torna nosso trabalho gratificante é poder reabilitar o paciente, proporcionando uma alimentação por via oral de forma segura, devolvendo a comunicação e auxiliando no retorno desses pacientes à sua família com a alta precoce”, reforça a coordenadora do serviço.