Projeto Saúde, Bombeiros e Sociedade: a história de quem superou a depressão por meio da dança

29 de abril de 2022 - 11:07 # # # # #

Ascom SSPDS

Em alusão ao Dia Internacional da Dança, nesta sexta-feira (29), a Secretaria da Segurança aborda a história de pessoas que melhoraram suas vidas graças ao projeto do CBMCE

Basta fazer uma pesquisa rápida na internet, que você verá inúmeros benefícios físicos e mentais que a dança pode proporcionar. Mas e quando você tem a oportunidade de ouvir histórias de pessoas que melhoraram a vida após dedicarem parte do seu tempo a dançar? Assim são os homens e mulheres que integram o projeto Saúde, Bombeiros e Sociedade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), que virou política de estado em 2019, após uma lei sancionada pelo então governador Camilo Santana.

Neste 29 de abril é comemorado o Dia Internacional da Dança. Em razão da data, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) traz uma personagem com uma história curiosa da relação dela com o projeto e com as pessoas que o integram. A dona de casa, Ausenir Raimunda de Oliveira, que faz parte do Núcleo do Saúde, Bombeiros e Sociedade da Piedade, no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, dedica religiosamente uma hora, todas as terças e quintas-feiras, a uma única coisa: dançar.

E para encontrá-la, basta atravessar os portões da quadra coberta da igreja da Piedade, onde você se deparará com muitos sorrisos e também com as cores vermelha e branco, que predominam nas blusas de quem participa do projeto.

Ausenir, que é natural de Pernambuco, comenta que faz parte do projeto há quatro anos, quando foi convidada pela coordenadora civil do núcleo, Maria Selma, para participar da atividade física. Ela revela que por morar apenas com o seu esposo aqui em Fortaleza, sentia-se muito solitária e estava em um momento de depressão. No entanto, o projeto trouxe uma luz de bons sentimentos sobre a sua vida.

“O projeto melhorou a minha vida e a minha saúde, quando eu estava doente em casa, com depressão. E aí a Selma, que também é aqui do grupo, me convidou para participar de algumas aulas. Eu vim e, a partir desse momento, senti uma grande melhora, porque eu não conversava com ninguém, vivia só em casa trancada. Mas depois que vim para cá, a minha vida mudou completamente. Eu fiquei alegre e me tornei uma pessoa extrovertida. Depois vieram também os passeios, que me fizeram melhorar ainda mais, porque passeávamos sempre e conversávamos”, revela.

Ela fala que em decorrência do momento em que vivia, chegou a se sentir envergonhada no começo, mas que a união e o acolhimento de todos foram fundamentais para que superasse todas as adversidades. “Quando eu estava doente, às vezes me sentia mal. No começo, a gente se sente, né? Meio envergonhada por não conhecer ninguém. Mas todo mundo foi uma família e foi acolhedor. Estavam todos sempre ali. Essas senhoras que estão aqui presentes. Todo mundo ali perto de mim. Então senti que eram a minha família e isso é a coisa mais importante para mim. E aí foi embora depressão. Tenho coragem para abraçar, para brincar, para pular e para dançar, que era uma coisa que eu nem sabia”, destaca.

Ausenir aproveitou para deixar um conselho a todos que ainda não integram o projeto. “Graças a Deus eu me sinto ótima e aconselho qualquer pessoa a fazer o mesmo que eu faço. Esse negócio de só ficar dentro de casa não tem futuro. O futuro é aqui”, aconselha.

O orgulho de fazer parte

A coordenadora do Núcleo Piedade, no bairro Joaquim Távora, é a 3ª sargento do Corpo de Bombeiros, Mariana Ramalho. A bombeiro militar coordena o projeto na região há seis anos. No entanto, o núcleo completará, no dia 3 de agosto, 17 anos.

“A dança é uma das coisas que abordamos. Muitas delas amam essa expressão corporal, de se soltar com a música. É muito perceptível a socialização. Há também a questão da busca pela saúde e isso é um fator motivacional para todas elas. Eu me sinto super feliz de fazer parte do projeto porque a gente dá a nossa contribuição. Então é uma via de mão dupla. Elas ganham o bem-estar e nós estamos satisfeitos ao proporcionar isso”, destacou.

A sargento comentou ainda que os benefícios não vêm apenas para as idosas e os idosos que ali participam, mas também para a equipe que coordena. “Eu me senti muito bem acolhida aqui. Nos dias em que a gente não está 100%, o nosso ânimo já melhora porque elas transmitem muita alegria. Isso é maravilhoso e muito gratificante. Eu fico arrepiada de falar porque é muito bom saber que estamos contribuindo de alguma forma para a melhoria da vida delas.

O projeto

O Saúde, Bombeiros e Sociedade nasceu em 2003, como uma iniciativa voluntária do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), com a finalidade de executar atividades voltadas ao bem-estar, especialmente, de pessoas idosas, por meio da integração social e prática de atividades físicas. Também tem o objetivo de realizar campanhas socioeducativas e eventos cívicos, além de prestar esclarecimentos sobre prevenção de incêndios e de acidentes domésticos. Em 2019, após uma lei sancionada pelo então governador Camilo Santana, o projeto se tornou política de estado. Durante a pandemia da Covid-19, o projeto passou a ser transmitido por meio de lives no canal do Youtube do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará e também ao vivo pela TV Ceará.
No início funcionava apenas em Fortaleza, mas, com o passar do tempo, foi se expandindo e hoje já é desenvolvido em todas as regiões do Estado, beneficiando mais de 26 mil pessoas, com 349 turmas cadastradas junto ao Centro de Treinamento e Desenvolvimento Humano do CBMCE.