Hospitais da Rede Sesa discutem cuidados paliativos no mês de outubro

13 de outubro de 2023 - 08:32 # #

Cícero Dantas - Ascom HRC, Ana Lídia Coutinho, Ascom Hias e Teresa Fernandes, Ascom HRN - Texto e Fotos
Diego Sombra - Sesa e Ana Lídia Coutinho - Hias - Foto

Dia Mundial de Cuidados Paliativos será comemorado neste sábado (14)

Os cuidados paliativos são uma abordagem multidisciplinar com o objetivo de prevenir e aliviar o sofrimento de pacientes que tenham uma condição de saúde que ameace ou limite a sua vida. Anualmente, o Dia Mundial de Cuidados Paliativos é lembrado no segundo sábado do mês de outubro, neste ano, no dia 14. Em alusão à data, unidades da Secretaria da Saúde (Sesa) promoverão ações para estimular a atenção específica a esse perfil de pacientes.

“Um dos pilares do cuidado paliativo é dar qualidade de vida ao paciente, diante de uma doença que ameace a sua vida. Nesse caso, a equipe multiprofissional trabalha para que a pessoa viva mais e com quantidade menor de sintomas possíveis”, explicou Sue Ann Ohara, médica hospitalista com atuação em Cuidados Paliativos do Hospital Regional do Cariri (HRC).

De acordo com a profissional, quando bem empregados, os cuidados paliativos podem aumentar a sobrevida dos pacientes. “Esse cuidado vem para tornar melhor a qualidade de vida do paciente e dos familiares. O foco passa a ser o paciente. Então, o acolhimento, uso de medicamentos e de terapias são fundamentais na abordagem paliativa”, acrescentou.

Na prática, os cuidados paliativos funcionam como uma área de atuação multiprofissional com médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais que atuam no plano de cuidado do paciente. Em alguns casos, os familiares podem pedir também a presença de um representante da religião do paciente para se fazer presente. “A equipe multidisciplinar é essencial durante os cuidados paliativos. Não existe cuidado paliativo com um só médico, pois estamos falando de algo mais amplo e complexo. Por isso, precisamos de profissionais que tenham esse olhar diferenciado para o paciente”, revelou Sue Ann.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o cuidado paliativo deve ser aplicado a partir do diagnóstico de uma doença potencialmente fatal. “São três grandes grupos de doenças que se enquadram. As oncológicas, no caso os cânceres, as insuficiências orgânicas, nesse grupo temos as insuficiências cardíacas, renal, hepática e respiratória crônica, e, o terceiro, são as doenças neurológicas, pacientes com demência, alzheimer, AVC e tumores no sistema nervoso”, finalizou a médica.

Comunidade compassiva do Hias

Espaço de convivência da Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) do Hias abriga lançamento de mapa interativo nesta terça (10)

Com o propósito de ir além dos cuidados finais da vida, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) empenha-se na criação de comunidades compassivas dentro de sua unidade. Isso se traduz em estabelecer uma rede de apoio para as famílias que enfrentam desafios médicos complexos enquanto acompanham suas crianças com doenças crônicas durante o período de internamento.

Por isso, nesta terça-feira (10), a Comissão de Cuidados Paliativos Pediátricos, em parceria com o residentes médicos e multiprofissionais, lançará um mapa interativo no espaço de convivência da Unidade de Cuidados Prolongados (UCP), com o objetivo de estimular discussões e reflexões acerca das comunidades compassivas que foram construídas na unidade. O painel exibirá a distância entre os municípios de origem dos pacientes e suas famílias que estão em internamento prolongado, bem como o tempo que eles estão afastados de casa.

Essa iniciativa visa abordar os desafios enfrentados para manter e fortalecer laços fundamentais. Além disso, o painel trará fotos e mensagens criadas pelas famílias durante sua experiência de internamento prolongado, ressaltando o processo de adaptação e superação das dificuldades associadas a essa situação.

Para a coordenadora da UCP, Cinara Carneiro, estar diante do cuidado paliativo é um constante desafio para treinar habilidades de comunicação e lidar com situações difíceis, como cuidar do luto das famílias. “É uma jornada gratificante, e apesar de não poder curar, conseguimos aliviar o sofrimento físico e emocional dessas crianças e suas famílias. Nossa unidade, parte do Sistema Único de Saúde, em um hospital que é referência no Ceará, consegue tocar profundamente todos que passam por aqui”, disse.

HRN realiza programação sobre o tema

O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, promoverá a I Semana de Cuidados Paliativos do HRN com o tema “Comunidade Compassiva – Aproximando as Redes de Atenção à Saúde” entre os dias 9 e 13 de outubro. A programação contará com palestras, blitze educativas, oficinas, exibição de curtas animados, mostra cultural, além de ação comunitária. As ações envolverão o público interno e externo: colaboradores do HRN, profissionais das redes de atenção à saúde, pacientes e acompanhantes.

O HRN conta com a Unidade de Cuidados Especiais (UCE) que promove tanto cuidados paliativos, como reabilitação de pacientes do hospital. “O foco dessa unidade é ofertar qualidade de vida para esses pacientes que já estão bastante debilitados e reabilitá-los, promovendo condições para que eles voltem para suas casas e para a convivência com seus familiares”, ressalta a coordenadora médica do setor do HRN, Tárcilla Pinto Passos Bezerra. A equipe multiprofissional conta com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas, entre outros profissionais.

HRC promove treinamento sobre comunidade compassiva

No Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, haverá treinamento com o tema “Comunidade compassiva: o futuro dos cuidados paliativos”, na próxima quarta-feira (11), com objetivo de fortalecer a temática na unidade. Ao longo de toda semana, blitze educativas e oficinas serão organizadas para o público interno do HRC.