Pediatras do Hias e do HRN apontam sinais de alerta para levar crianças à emergência

13 de dezembro de 2023 - 10:23 # # # #

Ana Lídia Coutinho/Ascom Hias e Teresa Fernandes/Ascom HRN - Texto
Ana Lídia Coutinho - Foto Arthur Sousa - Arte gráfica

O Centro de Emergência do Hias, em Fortaleza, é referência para o atendimento de casos de alta complexidade

No período de chuvas, é comum observarmos um aumento significativo na permanência das pessoas em ambientes fechados. Associado à variação de temperatura e à umidade, isso contribui para o aumento da incidência de doenças respiratórias e infecções intestinais, sobretudo em crianças. Por isso, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), em Fortaleza, e do Hospital Região Norte (HRN), em Sobral, alerta para a importância da prevenção e destaca a necessidade de atenção especial à saúde das crianças durante esse período.

Os vírus respiratórios, muitas vezes transmitidos pelo contato próximo entre as pessoas, encontram condições propícias para se proliferar em ambientes com maior umidade. Isso pode comprometer a eficácia do sistema imunológico, tornando as crianças mais suscetíveis a infecções respiratórias. Além disso, a presença de ácaros e mofo, comuns em locais úmidos, pode desencadear ou agravar condições como a asma e a rinite, afetando a qualidade de vida das crianças e aumentando a demanda por atendimento médico.

A coordenadora do Centro de Emergência do Hias, Érica Coutinho, ressalta a importância de medidas preventivas e esclarece o momento ideal para procurar atendimento médico. “Em casos mais leves, como resfriados, grande parte do tratamento é sintomático. No entanto, se a criança desenvolver febre persistente por mais de dois ou três dias, mostrar-se extremamente debilitada, recusar alimentação ou apresentar esforço significativo para respirar, é crucial buscar o Pronto Atendimento. Inicialmente, essa avaliação pode ocorrer em uma unidade básica de saúde”, explica.

A coordenadora do Centro de Emergência do Hias, Érica Coutinho, ressalta a importância de medidas preventivas, esquema vacinal da criança deve estar completo

A pediatra também orienta sobre medidas preventivas que os responsáveis podem adotar. “Manter uma alimentação e hidratação adequadas, evitar ambientes muito aglomerados e contato com pessoas doentes são fundamentais, além de garantir que as vacinas estejam em dia. Dentro de casa, a ênfase deve ser nas práticas de higiene, como a lavagem frequente das mãos, especialmente durante a preparação de alimentos, e o uso de álcool em gel quando água e sabão não estão disponíveis”, destaca Érica Coutinho.

No caso de crianças já apresentando sintomas de resfriado ou infecção respiratória mais leve, os pais podem intensificar a lavagem nasal para reduzir secreções e evitar complicações. Além disso, devem administrar antitérmicos e medicamentos para vômito conforme orientação do médico que acompanha a criança.

Para a pediatra, é fundamental destacar a importância de não subestimar infecções respiratórias. “Em situações como essa, cada caso adicional sobrecarrega o sistema de saúde como um todo. Neste período delicado, é crucial que cada indivíduo faça a sua parte, evitando espaços coletivos se estiver doente, para proteger tanto as crianças quanto o sistema de saúde como um todo”, disse.

HRN

Referência única para casos de urgência e emergência pediátrica na Região Norte, o perfil de atendimento da emergência pediátrica do Hospital Regional Norte (HRN) é de crianças com quadros graves. “Somos a única Emergência Pediátrica aberta em toda a macrorregião Norte”, ressalta a coordenadora médica da emergência pediátrica do HRN, Inara Araujo Leandro Gonzalez. Ela explica que crianças e adolescentes com idade até 13 anos, 11 meses e 29 dias são atendidos e estabilizadas no serviço e, dependendo do caso, encaminhadas para a Clínica, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica ou o Centro Cirúrgico do HRN — ou para outro serviço de saúde.

Além da Emergência Pediátrica, o equipamento também conta com 40 leitos de Enfermaria e dez de UTI para este perfil. Na área Neonatal, são 39 leitos de Enfermaria e dez de UTIs. Dentre as principais causas de atendimento, estão as pneumonias, dores abdominais, as questões respiratórias e as doenças sazonais, as conhecidas viroses. A equipe multiprofissional conta com médicos, enfermeiros, técnicos em Enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais.

A médica pediatra do HRN Ana Paula Oliveira ressalta que a febre preocupa muito os pais, mas não é o principal sinal de alerta, e sim uma defesa do organismo contra algum agente infeccioso. A febre, com temperatura a partir dos 37,5 ºC, deve ser observada. “Esse sintoma, na maioria das crianças, até os cinco anos, é de causa viral“, explica.

Uma das primeiras medidas para esses casos é a hidratação. Se após 30 minutos, a febre persistir, pode-se dar um antitérmico e observar. “O importante é observar se há outros indícios preocupantes. A criança com febre fica mais caída, mas quando passa, normalmente ela volta a brincar, a comer, fica mais esperta”, afirma Oliveira.

Se mesmo quando a febre passa, a criança continua indisposta, com irritabilidade excessiva, recusa alimentar, vômitos incoercíveis, dor no pescoço ou muita tosse e cansaço, deve ir ao pronto atendimento, pois precisa de avaliação médica. Além disso, segundo Oliveira, pacientes com menos de três meses com febre também devem ser avaliados por um médico. “Se a febre não melhora com antitérmicos ou há outros sinais de alarme, é necessário buscar atendimento”, pontua.