Experiência do Centro de Convivência Antônio Diogo é destacada em publicação do Ministério da Saúde

6 de abril de 2024 - 07:35 # # # # #

Fernanda Teles - Ascom Sesa - Texto
Armed Mustafa e Elionária Lima - Sesa - Foto

O Memorial Leprosaria Canafístula, instalado no CCAD,  resgata a trajetória das vivências das pessoas encarceradas na instituição

Em pleno século XXI, pacientes portadores de hanseníase ainda enfrentam o desafio de desconstrução do estigma social da doença. Com o objetivo de desmistificar e divulgar ações de acolhimento para esses pacientes, um artigo da equipe do Centro de Convivência Antônio Diogo (CCAD), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará, foi selecionado para compor a publicação “Encontros de Cultura e Saúde” que é organizada pela Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.

O projeto “Encontros de Cultura e Saúde” é realizado em parceria com o Laboratório Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Antropologia da Saúde (Liepas) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio). Escrito a cinco mãos, o artigo contou com a colaboração do fisioterapeuta e diretor-geral do CCAD, Francisco de Assis Duarte; da terapeuta ocupacional, Deborah Santiago Lima Diniz; da assistente social, Elionária Cunha de Lima; da pedagoga Milena Maria Gomes e da fisioterapeuta Rosiane Oliveira Pereira.

“Abordamos três momentos que narraram fatos históricos e experiências de pacientes acolhidos pelo Centro de Convivência Antônio Diogo. A primeira parte do artigo, intitulada ‘A sina do Lázaro’, narra a história da criação e do funcionamento da Leprosaria Canafístula, e suas mudanças institucionais até os dias atuais. Na segunda parte, o trecho nomeado ‘Fragmentos Históricos de Vidas Paralelas’, exibe o processo de vida e assistência ao paciente, através do Memorial Leprosaria Canafístula, equipamento que resgata a trajetória das vivências das pessoas encarceradas na instituição. Já na terceira parte do artigo que chamamos de ‘Tecendo Potências’, apresentamos uma metodologia social de vivência do Grupo Coração de Jesus (GCJ)”, explica Assis Duarte.

Grupo Coração de Jesus

O Grupo Coração de Jesus é uma iniciativa que promove o fortalecimento dos vínculos e a integração social das pessoas com hanseníase. O projeto começou suas atividades em 2019 e já impactou mais de 80 pessoas. Atualmente, o grupo atende 25 pessoas que são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. O projeto tem como base uma metodologia dividida em quatro eixos: arte, gerontomotricidade, socioeducação e resgate das experiências vividas.

O Grupo Coração de Jesus é uma iniciativa que promove o fortalecimento dos vínculos e a integração social das pessoas com hanseníase

O primeiro eixo é uma abordagem que permite que os pacientes manifestem, por meio de expressões artísticas, seus sentimentos não verbalizados. O segundo eixo busca a manutenção e a melhoria das capacidades funcionais dos pacientes. Na metodologia socioeducativa, são abordados temas como autocuidado, prevenção e promoção da saúde. Já no eixo resgate de experiências vividas, a equipe multidisciplinar trabalha com um espaço de ressignificação de memórias.

“O processo de vivência grupal potencializou os integrantes do grupo a se sentirem visíveis, cidadãos participativos, colocando-se como pessoas, seres individuais e, simultaneamente, seres coletivos, ocupando espaço e lugar de fala”, ressalta o diretor-geral Assis Duarte.

O artigo completo da equipe do CCAD pode ser conferido no site do Ministério da Saúde, através do link.

História do CCAD

Localizado no distrito de Antônio Diogo, em Redenção, o CCAD é o mais antigo equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e disponibiliza serviço ambulatorial de dermatologia, além de promover a reabilitação física e social de pacientes com hanseníase, prestando um atendimento humanizado.

Com 95 anos de existência, o CCAD atua nas seguintes dimensões: centro de convivência, representado pelos egressos da internação compulsória e seus familiares remanescentes na instituição; clínica especializada em dermatologia, com ênfase no diagnóstico precoce da hanseníase; centro de reabilitação biopsicossocial e o Memorial Leprosaria Canafístula.

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