Regime de colaboração e foco na aprendizagem são principais fatores para resultado positivo do Ceará no Ideb

21 de setembro de 2020 - 14:05 # # #

Bruno Mota - Ascom Seduc - Texto
Tiago Stille - Fotos

Os bons resultados da rede pública cearense no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019 foram debatidos no Seminário Virtual de Apropriação dos Resultados Saeb/Ideb 2019, realizado na última quinta e sexta-feira (dias 17 e 18). Entre os principais fatores apontados para a conquista estão o regime de colaboração entre estado e municípios e o foco na aprendizagem.

Ao todo, 1.867 escolas cearenses atingiram a meta no Ideb 2019 nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o que representa 84% da rede. Em relação aos anos finais desta mesma etapa, 1.270 escolas alcançaram o resultado estipulado, caracterizando 69% do total. No Ensino Médio, 471 escolas conseguiram bater o objetivo, simbolizando 78% da rede.

A secretária da Educação, Eliana Estrela, ressalta o trabalho desenvolvido de forma conjunta entre estado e municípios, por meio do regime de colaboração, fazendo com que o crescimento se dê em todos os níveis de ensino.

“É muito bonito ver as escolas vibrando pela meta atingida. Traz uma energia positiva, um clima escolar favorável. O nosso desafio permanece, mas o resultado nos dá a noção de que estamos cumprindo o nosso dever. Não só pelo ranking, mas, por saber que estamos proporcionando aos nossos jovens e crianças a aprendizagem na idade certa, para que tenham uma vida mais justa e digna. O Ceará é um estado pobre, mas que tem uma política prioritária para a educação”, pontua.

Amadurecimento

O secretário executivo do Ensino Médio e Profissional, Rogers Mendes, pondera que a melhora do Ensino Médio tem a ver com o foco na aprendizagem que as escolas têm dado, mas também, com a mudança do perfil acadêmico do aluno que conclui o Ensino Fundamental. “Mais do que nunca, vamos precisar utilizar a nosso favor o amadurecimento da cooperação ao longo dos últimos anos, para fazer com que uma etapa reverbere na outra, num processo de sintonia. A gente entende que é preciso dar o passo adiante. Os resultados podem e precisam melhorar cada vez mais. Temos já uma responsabilidade, porque o Brasil inteiro olha para o Ceará”, destaca.

O secretário executivo de Cooperação com os Municípios, Márcio Brito, lembra que os números absolutos, apesar de positivos, não representam a questão prioritária, mas sim, a promoção da equidade que vem se realizando. “Isso é mais evidente no Ceará do que em outros estados. Em todos os municípios e em todas as escolas, estamos conseguindo que aqueles que historicamente ficavam em posição mais baixa de aprendizagem, consigam acompanhar aqueles que ao longo do tempo conseguem níveis mais altos. Isso não é mera coincidência, mas, fruto de muito trabalho”, argumenta.

A presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) – secção Ceará, Luiza Aurélia Costa, salienta que existe grande potencial na educação cearense. “Estamos mostrando a todo o Brasil que é possível, mesmo com poucos recursos e muitas dificuldades, tendo determinação, boa vontade e comprometimento da gestão, conseguir resultados bons na educação, que irão transformar a vida da nossa população. Não é fácil manter um indicador ou crescer. É preciso existirem políticas públicas sólidas”, defende.

O superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, lembra que o estado vem superando a média nacional do Ideb desde 2015, obtendo superações a cada edição do Índice. “É impressionante que numa sociedade tão desigual e injusta como a brasileira, o Ceará seja estado de referência quanto à qualidade da educação pública. Não se trata de posição de ranking, mas de ser referência, o que tem a ver com determinação, resiliência e prioridade efetiva à educação. É o resultado de anos de dedicação, visão e de foco”, explica.