#MêsdasMães: Doação de leite cria laços entre mães

19 de maio de 2016 - 18:25

Antônia Auricélia, Suelly Freire, Vera Lúcia e Francisca Lucineide, quatro mulheres de diferentes idades e lugares, mas que têm muito em comum. As vidas dessas mulheres se cruzaram no Hospital Geral Dr. César Cals, da rede pública do Governo do Estado. A gravidez e o nascimento prematuro dos filhos mudaram completamente a vida delas. Para ajudar na travessia do tempo de internação dos filhos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, a amizade, o apoio e carinho entre elas são fundamentais. Além disso, a doação de leite humano, proporcionado por algumas delas, além de um elo é mais uma maneira de abreviar o tempo de internação e ajudar na recuperação dos bebês.

As mães doadoras fazem a diferença para os recém-nascidos, especialmente para os prematuros. Elas amamentam seus filhos e, com o excesso, ajudam a alimentar os filhos de outras mães. Foi assim com Auricélia, que é de Morro Branco, no município de Beberibe, e que está há dois meses no HGCC. Ela acompanha a filha Eloá, que nasceu no dia cinco de abril e continua em observação na UTI. No início, o leite era pouco, mas com o tempo, foi vindo mais. Além de tirar o leite para filha, ela doa o excesso para os outros bebês da UTI e médio risco. “Eu fico muito feliz em poder doar. No começo, nem tinha muito leite. Ficava apreensiva. Agora vem bastante”, conta animada. Já Eloá, que nasceu pesando 820g, já está com 1,4kg.

No dia 19 de maio, Dia Nacional da Doação de Leite Materno, o caso de Auricélia mostra bem a riqueza e importância da doação. Com o leite materno, mesmo sendo de outra mãe, e após ter passado pelo rigoroso processe de controle de qualidade, as vantagens são essenciais. O tempo de internação pode ser reduzido pela metade, o os recém-nascidos crescerão mais fortes e saudáveis. Ganham os bebês e as mães doadoras. Rejane Santana, coordenadora do banco de leite do HGCC, diz que a doação favorece a mãe, pois evita a mama cheia, o endurecimento da mama, mastite, fissura no peito, entre outros.

As mães dos bebês beneficiados sabem muito bem como o leite doado faz a diferença. Francisca Lucineide é natural de Várzea Alegre, no interior do Ceará. A filha, Maria Júlia, nasceu no dia 23 de fevereiro, com 750g e prematura com 27 semanas. Com quase três meses de internação, Maria Júlia já pesa 1,750 Kg. Tudo isso por causa do leite doado, que ajuda no tratamento dos bebês. É o mesmo caso de Ana Sophia, filha de Suelly Freire, que nasceu no dia 11 de março de 2016, pesando 850g. Atualmente ela está pesando 1,400kg. As duas receberam os cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e continuam internadas no berçário de médico para continuar ganhar peso e saúde, para então irem para casa. “É muito bom saber que outras mães podem e ajudam doando o leite”, ressalta Lucineide.

Juntas, elas partilham histórias, trocam experiências, convivem diariamente nesse momento delicado de suas vidas, mas encontram força e apoio uma nas outras para continuar a batalha. “Uma ajuda a outra, dá conselhos e apoio”, conta Vera Lúcia, que é de Pacajus e mãe de Edson Juan, que também nasceu prematuro de 26 semanas, pesando 955g. Atualmente é no berçário de médio risco que ele recebe os cuidados, depois de ter passado um mês e doze dias na UTI. Em quase dois meses de internação, ele já pesa 1,435kg. Verá também doa o excesso de leite. É dessa forma que elas seguem até o dia da alta hospitalar de seus filhos.

O banco de leite do Hospital Geral Dr. César Cals, referência estadual, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive em feriados e finais de semana. O atendimento pode ser feito por telefone, pelo número gratuito 0800 286 5678 ou pessoalmente no próprio banco, que fica na Avenida Imperador, Centro, Fortaleza. Atualmente, o banco conta com 30 mães doadoras de leite, tanto internas quanto externas.

19.05.2016

Assessoria de Comunicação do HGCC
Wescley Jorge
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