Cagece e Semace visitam usinas de dessalinização em Israel

1 de setembro de 2023 - 14:39 # # # #

Ascom Cagece - Texto e Foto

O consórcio Águas de Fortaleza, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente(Semace) visitaram três plantas de dessalinização em Israel. Todas com a mesma tecnologia de filtração por osmose reversa que terá a Dessal do Ceará. Conhecer os sistemas no país do Oriente Médio deverá auxiliar na etapa de avaliação para o licenciamento ambiental do projeto previsto para Fortaleza. A viagem ocorreu no mês de agosto.

Por ser a primeira planta de dessalinização da América Latina com escala de produção de mil litros de água por segundo (1m³/s), a Dessal do Ceará desperta curiosidades sobre a sua operação e seus impactos ambientais. O benchmarking realizado em Israel teve o objetivo de demonstrar como o processo de dessalinização ocorre e também de buscar inovações para tornar mais eficiente e sustentável a proposta concebida pela Cagece para a garantia hídrica na capital cearense e em sua região metropolitana.

Carlos Alberto Mendes, superintendente da Semace, explica que o conhecimento sobre o empreendimento é essencial para que a autarquia ambiental consiga se posicionar de forma segura e exigir medidas mitigadoras, planos e programas necessários. “A visita a Israel foi importantíssima porque podemos perceber, num país extremamente experiente em dessalinização, que essa é uma atividade relativamente simples sobre o aspecto de operação, que de fato não há grandes impactos. O aspecto de maior complexidade seria a sua construção”, declarou.

Israel é um país que começou a operar a sua primeira planta de dessalinização em 2005 e, atualmente, possui cinco sistemas garantindo segurança hídrica para o consumo humano, agricultura e indústria. O controle de ruídos e a dispersão da salmoura são as principais preocupações da Semace em relação à planta de Fortaleza. “No entanto, percebemos que tudo isso é passivo de controle, mitigação e é isso que iremos cobrar da planta de Fortaleza”, afirma Carlos Alberto.

Segundo Raul Tigre, engenheiro e fiscal de contrato da Cagece, sobre a probabilidade da operação do sistema ocasionar barulhos nas proximidades de sua área de instalação, as experiências em Israel comprovam que é possível que não haja interferências sonoras externas à planta de dessalinização.

Já com relação ao lançamento da salmoura, os estudos e monitoramentos que são feitos a cada seis meses pela IDE Technologies – a empresa israelense de dessalinização – demonstram que a dispersão do concentrado no mar é quase imediata. “Ainda assim, eles possuem várias linhas de pesquisa para reaproveitar a salmoura. Mas até agora nenhuma é financeiramente viável. Atualmente, o ideal mesmo é seu lançamento ao mar”, afirma Raul Tigre.

Os Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da Dessal do Ceará apontam impacto considerado mínimo no lançamento da salmoura, com apenas 0,1 miligrama de salinidade na água a uma distância de 13 metros do emissário.