Assistência técnica e extensão rural desenvolvem a produção do caju em Beberibe

29 de outubro de 2020 - 14:21 # # # #

Aécio Santiago, Ascom Ematerce - Texto
Edilmo Gurgel - Fotos

Principal produtor de caju do país, no Ceará, a Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará) realiza um trabalho de várias décadas para o melhor aproveitamento dessa cultura, principalmente na agricultura familiar. Na Fazenda Corrente da Lagoa Funda, na localidade de Lagoa Funda, de propriedade do agricultor Mariano Ribeiro Monteiro, 75 anos, a Ematerce presta Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) por intermédio do escritório de Beberibe-CE e fica a 15 quilômetros da sede municipal, com a participação do engenheiro de pesca Rafael Moreira e o técnico Roberto Salomão, coordenado pelo gerente regional Abdias Monteiro Filho.

O acompanhamento é feito há décadas, visando o melhoramento da produção e sua melhor comercialização. A propriedade passou pelo Projeto de Revitalização do Cajueiro, coordenado na Ematerce por Egberto Targino. Na ocasião, início dos anos 2000, chegou-se a fazer a substituição de copas em 600 hectares da propriedade, além da 1ª substituição de copa feita com a Ematerce em parceria com técnicos da Embrapa e do trabalho de enxertia para a melhor produtividade da área de cultivo do caju anão precoce e cajueiro irrigante.

Atualmente, a fazenda tem 100 hectares plantados, no período de safra contrata até 25 pessoas e na entressafra, de seis a sete profissionais. Segundo Mariano, sua produção de cajuína chega a cerca de 200 mil litros. Um dos principais compradores do caju do produtor rural vem de São Paulo, que adquire 500 toneladas anualmente. Só de caju de mesa, diz Mariano, são cinco mil caixas, cada 20 quilos cada, comercializadas na região e para Fortaleza.

De acordo com o técnico da Ematerce Roberto Salomão, o município de Beberibe detém a maior área de cajueiro anão precoce do estado, com cinco mil hectares plantados e em 2019 produziu 40 toneladas de castanha.

Produção

O Ceará é o maior produtor de castanha do país ocupando em 2009 uma área de 400.000 hectares e produzindo em torno de 130.000 toneladas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Cajucultura ocupa, hoje, uma área colhida, totalizando 286.116 hectares, sendo 195.418 hectares de caju comum e 90.698 hectares de cajueiro anão.

Em 2018, alcançou a produção de 36.191 toneladas de caju comum e 34.716 toneladas de cajueiro anão. Observa-se, de acordo com os dados apresentados, que a área de cajueiro anão representa, apenas, 32,7% da área total colhida com caju, entretanto essa área foi responsável, na safra de 2018, por quase 50% da produção total de castanha.

Castanha em alta

A produção brasileira de castanha de caju prevista para 2020 é de 149,5 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmado o resultado, será uma alta de 7,3% em relação a 2019. O IBGE não possui informações específicas da polpa. No campo das exportações, também não há dados sobre vendas do falso fruto, já que ele é muito perecível e é difícil de ser vendido ao exterior.