SPS inicia programação dos 21 dias de ativismo contra violência contra a mulher

20 de novembro de 2020 - 14:34 # # # # # #

Camille Soares - Ascom - SPS - Texto
Ariel Gomes - Foto

O dia da Consciência Negra marca também o início dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. A Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) inicia uma programação que marca o período, com ações voltadas para a desconstrução e o enfrentamento ao machismo e o empoderamento das mulheres e fortalecimento de suas redes de apoio.

As atividades começam nesta sexta, com uma capacitação de enfrentamento à transfobia. Ao longo do mês, também serão realizadas ações com a população em situação de rua, além de debates e formações.

No próximo dia 25, Dia Mundial da Não Violência contra a Mulher, a SPS, por meio da Casa da Mulher Brasileira, promove um debate ao vivo com a jornalista e autora de livros feministas, Heloísa Buarque de Holanda; e a doutora em Saúde Pública e ex-presidenta da União Brasileira de Mulheres, Katia Souto. A solenidade virtual contará com a presença da titular da SPS, Socorro França; e da coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Daciane Barreto. A transmissão inicia às 14h, no canal da SPS no YouTube (youtube.com/spsceará).

“Precisamos falar sobre violência de gênero, pois todos os dias mulheres são violentadas. Este debate é uma oportunidade para ouvir mulheres que estão na linha de frente do pensamento feminista, que é a ideia de que homens e mulheres têm os mesmos direitos em nossa sociedade. Não dá para ver as mulheres sendo atacadas e achar que isso é natural, precisamos entender que isto é estrutural e vem da formação da nossa sociedade”, frisa a titular da SPS, Socorro França, que lembra que precisamos urgentemente “levantar nossas vozes e construir politicas públicas que cheguem a todas as mulheres, seja nas comunidades, nas universidades ou nos ambientes institucionais”.

A secretária destaca a importância da atuação da Casa da Mulher Brasileira no período da pandemia, quando os casos de violência se agravaram. “Em nenhum momento nós deixamos de atender as mulheres em situação de violência, pelo contrário, mesmo com todas as limitações, nós ficamos 24h de portas abertas para acolhê-las e escutá-las”, completa a gestora. Ressaltando que o Estado caminha agora na construção de duas das três Casas da Mulher Cearense, já anunciadas pelo governador Camilo Santana.

Para a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Daciane Bareto, este é mais um momento para reivindicar políticas públicas pela erradicação da violência contra as mulheres. “Convidamos a todos a participarem desse momento tão rico e simbólico, onde vamos ouvir duas mulheres reconhecidas nacionalmente pela luta que desenvolvem pela igualdade de gênero. Vamos ouvir Heloisa Buarque de Holanda falando sobre a quarta onda do feminismo, que é um tema novo e bastante instigante, além também de Kátia Souto, que vai abordar o tema da violência estrutural contra as mulheres e as políticas públicas de enfrentamento a violência de gênero”, ressalta Daciane Barreto, ao também destacar que a programação faz parte dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.

Entre os meses de janeiro e outubro deste ano, a Casa da Mulher Brasileira realizou 20.814 atendimentos. O equipamento coordenado pela SPS opera em rede, concentrando, em um único lugar, os serviços da Delegacia de Defesa da Mulher, Defensoria Pública, Ministério Público e Juizado Especial, além do atendimento psicossocial dos centros de referência estadual e municipal e da brinquedoteca para as crianças que acompanham suas mães no atendimento.

Além do debate, a SPS vai transmitir o documentário “Las Mariposas: Las Hermanas Mirabal”, que conta a história das três irmãs dominicanas, Minerva, Patria e Maria Teresa, ativistas politicas que foram brutalmente assassinadas na década de 60, a mando do ditador e na época presidente da República Dominicana, Rafael Trujillo. A tragédia das irmãs Mirabal foi o que deu origem ao Dia Mundial da Não Violência contra a Mulher, decretado oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999.